domingo, 15 de outubro de 2017

Eixo Brasil Atemporal - 4ª Edição Kino Beat

No dia 08 de novembro e de 16 à 19 de novembro acontece no Teatro do SESC Centro, a 4˚ edição do Festival Kino Beat, que reúne diversas atrações nacionais e internacionais em apresentações com entrada franca. 

 A programação da 4˚ edição é concentrada no Teatro do SESC Centro, serão 8 espetáculos, 2 sessões de cinema, 1 workshop e 1 instalação, de artistas oriundos de 5 países. Estruturada em eixos, a programação aproxima artistas e linguagens por afinidades criativas. Os eixos são transversais e perpassam os limites da programação em cada um dos dias, o que resulta em uma polifonia estética. 


O eixo Brasil Atemporal expõem sonoridades e imagens que resgatam artistas e tradições esquecidas ou pouco conhecidas da música feita no Brasil, seja através de interpretações originais ou resignificadas. 

O eixo é composto por: Cadu Tenório e Juçara Marçal, Maria Rita Stumpf, DJs Selvagem e a trilogia de curtas-metragens Cantos de Trabalho, de Leon Hirzman. 

No sábado dia 18/11 a dupla Cadu Tenório e Juçara Marçal apresentam o show ruidoso e visceral baseado no disco Aganga, lançado em 2015. Parte do disco são reinterpretações contemporâneas de vissungos (cantos de trabalho) recolhidos por Aires da Mata Machado Filho em São João da Chapada, município de Diamantina (MG) na década de 1920 —, além de cantos do Congado Mineiro.



Antes do show Aganga, será exibido a trilogia Cantos de Trabalho do cineasta carioca Leon Hirszman. Formada por Mutirão, Cacau e Cana-de-açúcar, três documentários de curta-metragem que registram as cantorias dos trabalhadores na zona rural do Nordeste brasileiro, registrado entre 1974 e 1976. 

No domingo 19/11 a cantora e compositora gaúcha Maria Rita Stumpf, que teve seu primeiro disco, "Brasileira", lançado em 1988, retorna aos palcos depois da carreira pausada no início dos 90. A artista e sua banda, apresentam repertório do disco “Brasileira”, que foi relançado esse ano, após ser redescoberta principalmente por jovens DJs e colecionadores de vinil mundo a fora. Hoje, o disco original "Brasileira" é item de colecionador, sendo encontrado à venda por centenas de euros em sites especializados. Há desde cânticos brasileiros a percussões africanas, toques indígenas, passando por flautas, piano e sintetizadores. As fusões e temáticas que tornaram o disco incompreendido na época do seu lançamento é justamente o que o torna vivo e relevante 30 anos depois. A abertura do show da Maria Rita Stumpf será feita pelos DJs da Selvagem, na cafeteria do SESC, com a discotecagem de músicas brasileiras que você nunca imaginou que existisse. A dupla, criadora do selo musical Selva, é responsável pelo relançamento do disco “Brasileira”.

Programação completa:
Programação 4˚ Festival Kino Beat - 8 e 16 a 19 de novembro no Teatro do SESC Centro

08/11 quarta-feira (20h) - Luis Macías & Adriana Vila Guevara (Espanha/Venezuela) “Mesmo o Silêncio é Causa de Tempestade” + Mostra PHENOMIA de curtas experimentais espanhóis. 

16/11 quinta-feira (20h) - Martin Messier performance FIELD (Canadá) e Pierre Bastien performance Quiet Motors (França) 

17/11 sexta-feira (20h) - Barulhista (BH) e Hroski (Bélgica) 

18/11 sábado (19h) - Cadu Tenório (RJ) e Juçara Marçal (SP) no show Aganga + Solaris (SP) + Trilogia de curtas Cantos de Trabalho do Leon Hirzman + Workshop Objetos Sonoros - Paulo Santos (Uakti) 16h (local a confirmar) 

19/11 domingo (19h) - Maria Rita Stumpf e banda + DJs Selvagem (SP) (na cafeteria) 18h 

De 08/11 à 19/11 na entrada do SESC Centro Marcelo Armani (RS) Da Escuta da Matéria aos Escombros do Ser. Instalação sonora silenciosa. 

Entrada Franca 
Distribuição de ingressos inicia 1 hora antes do início do espetáculo na bilheteria do Teatro do SESC - Av. Alberto Bins, 665 - Centro, Porto Alegre(sujeito a lotação).

Acompanhe a programação e informações pelo fb/kinobeat

Informações: gabrielcevallos@kinobeat.com

Sobre os artistas: 

Juçara Marçal e Cadu Tenório no show Aganga - 18/11 19h 

A cantora Juçara Marçal e o músico e experimentador carioca Cadu Tenorio apresentam Anganga, reinterpretações contemporâneas de vissungos recolhidos por Aires da Mata Machado Filho em São João da Chapada, município de Diamantina (MG) —, além de cantos do Congado Mineiro. Anganga é a entidade suprema do povo banto (“Anganga Nzambi”). A palavra consta do canto do congado “Grande Anganga Muquixe”, cujos versos indicam reverência àquele cuja “gunga não bambeia”, o mestre, o mais velho. Trata-se de uma expressão que diz respeito à reverência ao passado. Os “Cantos II”, “III”, “VI” e “VII” presentes no disco são vissungos (cantos de trabalho) recolhidos por Aires da Mata Machado Filho na década de 1920. 

O linguista registrou 65 partituras desses cantos no livro “O Negro e o Garimpo em Minas Gerais”. Em 1982, Aires autorizou a gravação de catorze deles no álbum O Canto dos Escravos, interpretados pelas vozes de Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Tia Doca da Portela. “Eká” e “Taio” são composições de Cadu Tenório com a colaboração de Juçara Marçal.

Cadu Tenório: Prolífico artista atuante no circuito eletrônico e experimental carioca, tendo seu nome associado como compositor e músico a inúmeros projetos, tais como Sobre a Máquina, Ceticências, VICTIM! e Gruta. Seu trabalho é geralmente construído na exploração de processos de gravação e pela obtenção de timbragens incomuns a partir de gravações de campo, tape loops, instrumentos processados e timbres extraídos de objetos cotidianos. Entre lançamentos nacionais e internacionais possui uma extensa discografia, tendo Cadu se apresentado e gravado com artistas dos mais variados segmentos, tais como Paal Nilssen-Love, Juçara Marçal, Thomas Rohrer e Marcio Bulk. No final de 2016, quando comemorou 10 anos de atividades, Cadu Tenório lançou o registro duplo “Rimming Compilation. 

JUÇARA MARÇAL Cantora do grupo Metá Metá. Também já integrou os grupos Vésper Vocal e A Barca. Lançou em 2014 o disco solo ENCARNADO, com músicas de Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Tom Zé, entre outros compositores. O disco ganhou o Prêmio APCA – Melhor Álbum de 2014, Prêmio Governador do Estado – Melhor Álbum – Voto do Júri, e Prêmio Multishow de Música Compartilhada, entre outros. 

Em 2015, lançou ANGANGA, em parceria com Cadu Tenório, músico e experimentador carioca. Juçara formou-se em Jornalismo pela ECA- USP e em Letras na FFLCH-USP. Defendeu dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira, em 2000, a respeito do memorialista mineiro Pedro Nava. Foi professora de canto do Curso Superior de Teatro da Anhembi-Morumbi de 2001 a 2015, e faz parte do corpo docente do Curso de Pós-Graduação sobre a Canção Brasileira, da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. 

Disco completo: 



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Maria Rita Stumpf 

Relançando o disco Brasileira de 1988- 19/11 - 19h Maria Rita Stumpf: sonoridade redescoberta

A força, originalidade e qualidade de um trabalho capaz de gerar "redescobertas" 30 anos depois de seu lançamento poderão agora ser sentidas ao vivo. Maria Rita Stumpf, cantora e compositora gaúcha que teve seu primeiro disco, "Brasileira", lançado em 1988, ao poucos retoma carreira musical pausada no início dos 90. Suas canções foram relançadas pelo selo Selva Discos, criado pelos DJs da Selvagem, após ser redescoberta principalmente por jovens DJs e colecionadores de vinil. Para fazer eco, uma agenda de shows ganha corpo.

O estopim para o recomeço veio quase três décadas depois. A faixa que abre o álbum, "Cântico Brasileiro Nº3 (Kamaiurá)", se tornou hit em festas de musicalidades brasileiras na Europa e Japão através de DJs, até chegar ao Brasil. O LP já era objeto do desejo de colecionadores de vinil ao redor do mundo e chegava a alcançar preços de 800 euros na internet. Parte do sucesso tardio se deu pela união de sonoridades que a artista reúne. Há desde cânticos brasileiros a percussões africanas, toques indígenas, passando por flautas, piano e sintetizadores. Na produção independente, contou com Ricardo Bordini, Luiz Eça e o grupo Uaktí.



Em 1989, foi indicada ao Prêmio Sharp na categoria Revelação Feminina. Apesar da origem no Rio Grande do Sul, não tem as músicas dos pampas como ponto de partida para seu trabalho autoral. "O ambiente sonoro das pessoas, dos lugares, o sofrimento de brancos, índios e negros, e também seu deleite era o que me atraía", comenta a compositora. "Para mim, tudo começava na voz e se ia construindo na memória, repetindo para guardar o já criado e pouco a pouco ouvindo a letra, as palavras cantadas, instrumentos, ventos, sopros, outras vozes, atmosferas e tecidos sonoros".

Fugindo das limitações geográficas da música, mudou-se para o Rio de Janeiro na metade dos anos 80, entrando em contato com a nova geração de compositores da época. Chegava ao Rio selecionada pela Funarte para apresentar na célebre série da Sala Sidney Miller suas composições de amplo espectro criativo. Ainda como cantora, lançou em 1993 "Mapa Das Nuvens", destacando a presença de Marcos Suzano, Lui Coimbra, Danilo Caymmi, Andre Santos, Farlley Derze e Eduardo Neves. Juarez Fonseca, respeitado crítico da Zero Hora de Porto Alegre, escreveu sobre o segundo trabalho de Mara Rita: “ .. é para o ouvinte que gosta de desafios, ama a surpresa, apaixona-se pelo não comum. Um antídoto contra o banal. Maria Rita elabora uma concepção erudita do popular. “ 

Foi já 2015 que seu trabalho como cantora foi sendo redescoberto. John Gomez, DJ anglo espanhol, encontrou o LP da cantora no Japão, o que o inspirou a criar a coletânea "Outro Tempo", lançado em fevereiro deste ano na Europa pelo selo holandês Music From Memory. O álbum duplo reuniu faixas de música contemporânea lançadas no Brasil entre 1978 e 1992, incluindo "Cântico Brasileiro Nº3". Em poucos dias, o disco estava esgotado na Europa e entrou em segunda prensagem. Na mesma época, recebeu uma ligação do amigo Beto Kaiser, que tinha atuado como diretor técnico na sua produtora Antares, dizendo que seu filho Millos era um grande fã e a buscava há meses sem se dar conta que a conhecia desde criança. Millos Kaiser é um dos DJs do projeto Selvagem, ao lado de Augusto Olivani. O duo foi responsável por um single que inclui um remix a partir de uma regravação feita por Maria Rita e Paulo Santos do Uaktí em fevereiro deste ano de "Cântico Brasileiro Nº3 (Kamaiurá)" e um de "Lamento Africano/Rictus" com o DJ francês Joakim e será lançado nos próximos meses.

O selo Selva, colaboração do Selvagem com o JD Twitch do selo Optimo, decidiu relançar "Brasileira" em sua íntegra, remasterizado e com os materiais gráficos originais. Hoje, "Brasileira" é item de colecionador, sendo encontrado à venda por centenas de euros em sites especializados. A união de ritmos que beiram o tribal, o étnico, com batidas típicas da música eletrônica, vêm ganhando destaque entre DJs do mundo todo, aumentando esta redescoberta de grandes talentos antes ignorados, o que valoriza as edições de discos como os de Maria Rita Stumpf.

Aos poucos, sua musicalidade autoral e inovadora vai ganhando o reconhecimento devido. Maria Rita Stumpf voltou aos palcos para os relançamentos de suas canções. Há eventos confirmados no Teatro de Câmara do Cine Brasil Vallourec de Belo Horizonte no dia 1º de Novembro, na cult Casa de Francisca no centro histórico de São Paulo, dia 8 de Novembro e no encerramento do Kino Beat Festival em Porto Alegre no dia 19 de Novembro no Teatro do SESC Centro. Maria Rita estará acompanhado do brilhante tecladista e programador Danilo Andrade, do super percussionista Paulo Santos, fundador do grupo Uaktí e de André Santos, contrabaixista e violinista com quem atuou na década de 90. No repertorio, canções que integram o LP Brasileira e algumas surpresas. 

http://www1.folha.uol.com.br/paywall/login.shtml?

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/03/1869960-cantora-maria-rita-stumpf-revelacao-de-1989-e-redescoberta-por-djs.shtml 

http://www.stampthewax.com/2017/02/16/john-gomez-searches-for-brazils-spaces-in-between/https://thump.vice.com/pt_br/article/yp9bzm/outro-tempo-coletanea

https://www.residentadvisor.net/news.aspx?id=39242http://noize.com.br/o-rarissimo-brasileira-de-maria-rita-stumpf-e-reeditado-em-vinil-pela-primeira-vez-selo-selva-discos/#1



DJ Selvagem (SP) 19/11 17h @ Café SESC 

Selvagem é a festa criada pelos DJs Millos Kaiser e Trepanado em 2011, bem como a alcunha que os dois usam quando discotecam juntos. A marca nasceu em São Paulo, onde eles começaram a tocar em uma festa própria, gratuita, realizada numa praça em pleno centro da cidade, chegando a reunir 3 mil pessoas. Após alguns anos da "missa dominical", a dupla diversificou sua operação realizando também edições noturnas e com convidados nacionais e internacionais em diferentes e inexplorados locais. Por três anos consecutivos, foi nomeada pelo Guia da Folha de S. Paulo "Melhor festa da cidade".

Atualmente ela também acontece regularmente no Rio de Janeiro, onde em fevereiro Millos e Trepanado realizam um grande baile de carnaval tocando mais de 12 horas seguidas para mais de 5 mil pessoas. A música da dupla passeia por eras, estilos e origens distintos, sempre procurando apresentar um repertório original. Músicas raras, marginais, hits perdidos. Ambient, reggae, zouk, boogie, disco, house. E muita música brasileira que você nunca imaginou que existisse. A dupla já lançou 5 discos com edits de faixas nacionais em selos como B.I.S. Records Inc. (do show de rádio Beats In Space), Disco Halal, Hello Sailor e Universal Cave. Recentemente, lançaram o Selva Discos, selo próprio dedicado a desencavar artistas e obras brasileiras perdidas no tempo e no espaço. O primeiro release é o álbum "Brasileira", gravado pela cantora Maria Rita Stumpf em 1989.

A primeira prensagem do LP já está esgotada. Neste ano, os dois DJs apresentaram-se no renomado festival Dekmantel, nas edições brasileiras e holandesas, além de figurarem no line-up da Tenda Eletrônica do Rock In Rio.

Links Apresentação no Boiler Room Stage (Dekmantel Holanda 2017):


Mais em:
http://soundcloud.com/selvagem 
https://musicnonstop.uol.com.br/a-selvagem-faz-5-anos-e-quem-ganha-o-presente-e-voce-um-playlist-com-132-hits-da-festa/http://rockinrio.com/rio/pt-BR/line-up/selvagem



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